Álcool em gel não provoca incêndio em carro, mas o correto é não deixar o produto no interior do veículo

A pandemia da Covid-19 aumentou os cuidados das pessoas com a saúde e a exposição ao vírus. As medidas são ainda maiores quando precisamos fazer uma saída rápida para alguma compra indispensável. Neste caso, máscara e o frasco de álcool em gel se tornaram companheiros inseparáveis.

O costume das pessoas é deixar o álcool em gel dentro do carro para desinfetar as mãos ao voltar a sair do estabelecimento visitado. Este procedimento é seguro? Corro o risco de ver meu carro pegar fogo com o produto exposto ao sol ou ao calor interno de veículo? Estes questionamentos ganharam força nas últimas semanas, após vídeos viralizarem nas redes sociais e WhatApp, com carros incendiados.

Em época em que as informações correm soltas, ampliando as chamadas fake news, este tipo de notícia costuma causar pânico, ainda mais em um momento em que vivemos sob o impacto da Quarentena.

De acordo com especialista, as imagens de automóveis pegando fogo não passam de mentiras, segundo matéria da revista Quatro Rodas.

O químico Cedric Stephan Graebin, doutor em Ciências Farmacêuticas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e professor associado da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, entrevistado pelo portal CanalTech, também falou sobre o assunto.

“Não creio que um frasco de álcool 70 entre em combustão quando exposto ao sol dentro de um carro. O que acontece, sim, é que o frasco pode deformar e o conteúdo do frasco pode vazar dentro do carro. Se houver uma fonte de ignição, como uma faísca, por exemplo, oriunda de uma descarga elétrica dentro do carro, próxima ao vazamento, há a possibilidade de combustão”, esclarece o químico.

Além disso, Graebin aconselha: “O melhor mesmo é não armazenar álcool gel dentro do carro, não pelo risco de combustão, mas mais porque, ao evaporar, o álcool evapora da mistura e o teor no gel diminui. Lembrando que, com um teor abaixo de 60%, o poder desinfetante do gel diminui significativamente”.

Fonte: utacar